Desde esta manhã, a Marie tem dores de garganta. Sente-se cansada e com febre. Reconhece os sinais de uma amigdalite, mas ouviu dizer que esta doença infeciosa pode ter várias origens, com diferentes causas e tratamentos.
Olá, eu sou a Dra Joy.
Analisemos os dois principais tipos de amigdalite estreptocócica: viral e bacteriana, e as suas características.
I. O que é a amigdalite ?
O corpo humano tem muitos órgãos linfoides, que desempenham um papel importante no sistema de defesa imunitária contra vírus e bactérias externos.
Entre elas, as amígdalas: situadas na parte posterior da garganta, filtram os agentes infeciosos que podem entrar pela boca ou pelo nariz.
Quando as amígdalas ficam inflamadas, provocam uma amigdalite: uma doença comum que geralmente não é grave, mas que provoca uma série de sintomas incómodos, como a dor de garganta, a dificuldade em engolir, tosse, constipação ou febre. Podem mesmo ficar muito vermelhas ou cobertas de pequenas manchas brancas.
Embora os sinais sejam facilmente reconhecíveis, é indispensável um diagnóstico médico para determinar a causa da amigdalite.
II. Os diferentes tipos de amigdalite
Existem vários tipos de amigdalite, cada uma com uma origem diferente: viral e bacteriana.
- Amigdalite viral: é causada por um vírus contagioso é transmitido por uma pessoa doente: contacto físico, espirros, tosse, etc. É a forma mais comum de amigdalite. Geralmente, pode ser curada entre 5 e 7 dias. Não existe um “vírus da amigdalite”; a inflamação das amígdalas pode ser desencadeada por vários tipos de vírus: adenovírus, enterovírus, vírus do herpes ou rinovírus, por exemplo. Trata-se de uma patologia altamente contagiosa, pelo que as pessoas afetadas devem lavar as mãos regularmente, usar uma máscara e utilizar lenços descartáveis para proteger a família e os amigos.
- Amigdalite bacteriana: ao contrário da amigdalite viral, desencadeada por um vírus, a amigdalite bacteriana é uma infeção causada por bactérias. Na maioria dos casos, é o estreptococo beta-hemolítico do grupo A que causa a doença. Este tipo de dor de garganta é mais raro. Para além dos sintomas “clássicos” da amigdalite (dor de garganta, dificuldade em engolir, etc.), os doentes com amigdalite bacteriana podem ter febre alta e as glândulas do pescoço inchadas.
III. Como diagnosticar a amigdalite estreptocócica ?
É importante consultar um médico logo que surjam os primeiros sintomas. O exame clínico para detetar a amigdalite é realizado em duas etapas:
- Exame visual e tátil: o médico examina a garganta e as amígdalas, apalpa o pescoço e a mandíbula para detetar eventuais gânglios linfáticos e mede a temperatura do doente.
- Teste de Streptotest: é a única forma de determinar se a dor de garganta é viral ou bacteriana. Após este teste, o médico pode prescrever o tratamento adequado.
Utilização do teste de Streptotest para determinar a origem da amigdalite
Os sintomas da amigdalite, quer seja bacteriana ou viral, são praticamente os mesmos. Os médicos ou farmacêuticos não podem detetar a origem da amigdalite sem realizar um Streptotest, ou TROD (Teste Rápido de Orientação Diagnóstica), que deteta a presença de bactérias.
O resultado deste teste permite assim determinar se a dor de garganta é causada por um vírus ou por uma bactéria.
O teste é rápido e indolor. O profissional de saúde recolhe um pouco secreção das amígdalas com um cotonete comprido, que é depois mergulhado num tubo que contém um pouco de líquido reagente. É então adicionada uma tira de teste e aguarda-se 5 minutos, o tempo necessário para obter o resultado.
- Se a tira apresentar um traço: o teste é negativo, o que significa que a dor de garganta é viral.
- Se a tira apresentar dois traços: o teste é positivo, existe uma bactéria. A dor de garganta é de origem bacteriana.
IV. Soluções médicas e terapêuticas para o tratamento da amigdalite
O tratamento difere consoante a origem da dor de garganta.
Tratamento da amigdalite viral
É inútil prescrever antibióticos para a amigdalite viral: estes são ineficazes quando não há bactérias presentes. Para reduzir a dor e os sintomas, o médico recomenda o paracetamol. Este deve ser tomado durante um curto período (não mais de 4 dias) e as doses devem ser respeitadas: para adultos com mais de 60 kg, 1 comprimido de 6 em 6 horas, 1 g por dose e não mais de 5 g por dia.
Os tratamentos à base de anti-inflamatórios não esteroides não são recomendados, pois aumentam o risco de complicações.
Tratamento da amigdalite bacteriana
Se o teste revelar a presença de bactérias, é necessário prescrever antibióticos. Eles têm como função eliminar as bactérias responsáveis pela infeção das amígdalas e reduzir os sintomas associados. Para que o tratamento com antibióticos seja eficaz, é importante seguir a prescrição: número de doses, duração, etc.
Mesmo que o doente sinta uma melhoria no seu estado, deve continuar a tomar os medicamentos até ao fim do tratamento para eliminar as bactérias e evitar recorrências. Se tiver dúvidas ou questões, é aconselhável consultar um médico.
Tratamentos terapêuticos
Para além do tratamento com antibióticos ou fármacos, existem truques naturais que podem ajudar a reduzir os sintomas da amigdalite:
- A Própolis: em spray, em pastilha ou em goma, reduz a inflamação graças às suas propriedades antissépticas. Ajuda a restabelecer a imunidade local.
- Os óleos essenciais: a árvore-do-chá, a ravintsara e a hortelã-pimenta têm propriedades analgésicas e anti-inflamatórias. Podem ser tomados como um chá de ervas (adicionar algumas gotas à água quente) ou como um gargarejo.
De forma preventiva, nos períodos mais afetados pela propagação dos vírus e das bactérias, pode reforçar o seu sistema imunitário aumentando o consumo de vitaminas dos grupos C e D ou tomando uma cura de probióticos para manter uma flora intestinal equilibrada.
V. Os nossos conselhos para aliviar os sintomas da amigdalite
Para além destes truques naturais, alguns hábitos quotidianos podem ajudar a reduzir a dor e a febre associadas à amigdalite:
- Comer alimentos frios, como gelados, para obter um efeito anestésico
- Evitar alimentos ácidos ou demasiado picantes para evitar a inflamação
- Não fumar
- Gargarejar com água salgada para desinfetar
- Beber muita água
- Descansar um pouco
- Consultar um médico ao primeiro sinal de sintomas
Pontos a ter em conta sobre a amigdalite
- Infeção das amígdalas provocada por um vírus (amigdalite viral) ou por uma bactéria (amigdalite bacteriana)
- Principais sintomas: dor de garganta, dificuldade em engolir, tosse, febre, etc.
- Uma consulta médica é essencial para determinar o tratamento correto com base nos resultados do teste de Streptotest (ou TROD).
- Para tratar de forma eficaz a amigdalite: seguir o tratamento prescrito até ao fim, descansar bastante e utilizar métodos naturais para aliviar a dor.
A amigdalite é geralmente uma doença benigna, mas requer orientação médica. Em geral, pode ser curada entre 3 e 7 dias.
Quando mal tratada, a amigdalite bacteriana pode reaparecer ou dar origem a outros problemas, como um abcesso junto às amígdalas ou febre reumática aguda (em casos raros). Nas crianças, se as amigdalites ocorrem com demasiada frequência, alguns sinais podem persistir, como amígdalas aumentadas, dificuldades respiratórias ou ressonar durante a noite. Neste caso, é aconselhável uma consulta com um otorrinolaringologista para uma possível remoção das amígdalas (amigdalectomia). Outras doenças podem provocar sintomas semelhantes aos da amigdalite. É o caso da mononucleose, uma doença infeciosa que provoca dores de garganta e o aparecimento de manchas brancas nas amígdalas. Para diferenciar as duas doenças e encontrar o tratamento correto, é indispensável um diagnóstico médico.
Fontes :